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Sucos podem ser perigosos para as crianças?

Já sabemos que a alimentação complementar, deve ser iniciada aos 6 meses de idade, com a oferta das papas de frutas naturais ou de legumes, com transição para pequenos pedaços dos 9 aos 11 meses para que aos 12 meses possa alcançar as características e consistência da alimentação da família, certo?

E em relação aos líquidos/sucos nessa fase da alimentação?



Os sucos naturais, assim como as frutas, são aliados importantes na saúde dos pequenos. São saborosos, são boas fontes de fibras alimentares, principalmente se não forem coados ou peneirados, além de conter vitaminas e minerais para um desenvolvimento saudável.


Até recentemente, indicava-se sim o suco a partir do 6º mês de vida, como uma das formas de consumir fruta, mas diagnosticou-se um exagero na quantidade ofertada e consequentemente um alto consumo. Se considerarmos que para preparar um suco de laranja lima, por exemplo, são necessárias 2 ou 3 laranjas, o valor calórico também se torna alto estando relacionado ao aumento de casos de obesidade infantil.


Assim, de modo a colaborar com os pais, mães e com a saúde da criança, hoje o posicionamento da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) é evitar sucos, não os utilizar para substituir refeições ou ofertar nas refeições principais e no máximo 100ml/dia.


A academia Americana de Pediatria contraindica a oferta de suco no primeiro ano de vida, restringindo a oferta a 120 a 180 ml/dia entre 1 e 6 anos e de 7 a 18 anos, de 200 a 350 ml. Se os pais forem dar, vale optar por fazer com 1 fruta por vez, para a criança ir se acostumando ao sabor da fruta, utilizar a fruta in natura ou no máximo, em polpa; preparar logo antes do consumo ou na hora para evitar perda de algumas vitaminas e modificação de sabor.


Lembrando que água é água e suco é suco! A criança deve estar bem hidratada, mas a oferta de suco aos lactentes deve ser cuidadosa, uma vez que o consumo de frutas in natura é fundamental para a boa mastigação, funcionamento intestinal adequado, desenvolvimento da saciedade e manutenção da saúde oral. Deve-se considerar que os sucos perdem isso, afinal as fibras são perdidas no processo de preparo.


Em alguns casos pontuais, pode-se optar por oferecer o suco para tentar facilitar a aceitação da fruta. Mas a regra geral é: dos 6 meses até 1 ano de idade, quando o lactente ainda recebe leite materno ou fórmula infantil, deve-se oferecer frutas in natura ao invés de sucos (mesmo que naturais). Depois disso vai se adaptando ao consumo e quantidade de acordo com a alimentação do pequeno.


Quanto aos artificiais, nem se fala! Eles são produzidos com extratos de frutas e adicionados de açúcar ou adoçante artificial e diluídos em água, sendo, na maioria das vezes, acrescidos de conservantes, aromatizantes e outros aditivos. Aqueles em pó, a mesma coisa, nem deveriam ser chamados de suco. São contraindicados aos lactentes e crianças, e também não são indicados no tratamento da desidratação, seu consumo excessivo pode estar associado à desnutrição, cárie dentária, gases e distensão abdominal.


Mais uma vez, percebe-se que a orientação dietética é fundamental na formação de hábitos saudáveis e prevenção de obesidade desde a primeira infância. Prefira sempre alimentos naturais, não industrializados e deixe o suco natural para as crianças maiores e nos momentos certos!



Larissa Macedo, Nutricionista Materno Infantil. CRN/PR 3622

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